Síndrome associada à covid-19 atinge crianças e adolescentes
Pelo menos 197 crianças e adolescentes brasileiros apresentaram, até o fim de agosto, uma série de problemas de saúde que, juntos, podem caracterizar uma nova doença potencialmente associada a covid-19, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica.
A primeira morte de uma criança devido à Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), doença rara associada à Covid-19, em Pernambuco foi confirmada 25 de agoto .A infectologista pediátrica Regina Coeli, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), explicou que a síndrome surge dias a semanas após o contato com o vírus e que todos os pacientes do estado tiveram como sintoma em comum febre.
O diagnóstico é diferente do diagnóstico da Covid-19, segundo Coeli. A síndrome pode aparecer dias ou semanas após a criança ter tido contato com o novo coronavírus. O exame do RT-PCR, feito através de uma amostra coletada no nariz e na garganta, identifica se o Sars-Cov-2 está ativo no corpo humano, mas não dá o indicador necessário para identificar o quadro da síndrome. Com isso, são necessários outros exames que atestem que a criança teve o vírus, além de análise de sintomas e outros fatores. A médica lembrou, ainda, que os casos de SIM-P são raro. "A maioria dos caso que a gente vê de crianças são casos mais leves".
De acordo com o Ministério da Saúde, do total de crianças, 140 tinham menos de 10 anos no momento em que adoeceram. Ainda segundo a pasta, a síndrome pode ter causado a morte de pelo menos 14 pacientes com idades entre 0 e 19 anos no período de maio a agosto deste ano.
Os óbitos notificados foram registrados em oito estados: Pará (3); Rio de Janeiro (3); Ceará (2); Paraíba (2); Bahia (1); Pernambuco (1); Piauí (1); e São Paulo (1). A coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, Janini Ginani, lembrou que as mortes em questão estão “sob investigação”, já que várias outras síndromes podem se sobrepor, dificultando o diagnóstico.
Segundo o último balanço, até o dia 26 de agosto, o maior número (41) de notificações da nova síndrome vinha do Ceará. Em seguida estão Pará (24); Rio de Janeiro (22); Distrito Federal (19); São Paulo (19); e Bahia (11). Também foram registrados casos em Alagoas (9); Espírito Santo (8); Minas Gerais (5); Paraíba (6); Pernambuco (9); Piauí (6); Rio Grande do Norte (9); e Rio Grande do Sul (9).
Fonte:
G1
Agencia Brasil
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