Depressão. eu vou sair dessa!

by - maio 08, 2017

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Sempre me considerei muito ansiosa. Durante a minha infância ficava muito aflita por assuntos que não deveriam preocupar a mente de uma criança. Lembro que na época da separação dos meus pais, procurava preencher o meu tempo com várias atividades para não ficar pensado como seria a vida sem eles. Comecei a trabalhar aos 18 anos, e tinha mania de perfeccionismo e terminar o serviço o mais rápido possível. Na verdade, sempre tive problemas de ansiedade, o popular ditado: colocar a carruagem antes dos cavalos. Sofro por antecipação. Porem, com a hipertensão, a minha ansiedade passou a ser um problema. Estar ansiosa era um dos fatores que faz a minha pressão subir.

É difícil falar sobre esse assunto. Mas estou em tratamento para curar uma depressão. Sempre gostei de trabalhar, para mim, o trabalho era uma válvula de escape. Onde podia fugir dos problemas de casas (familiares). Mas em outubro do ano passado, após problemas com pessoas do setor fui diagnosticada com síndrome de pânico. Quando a pressão elevava tinha fortes dores de cabeça. O cardiologista já tinha receitado um ansiolítico. Meu marido é psicólogo, e achou melhor eu procurar ajuda de um psiquiatra, pois bastava falar o nome da empresa que trabalho para ficar com uma falta de ar e crises de choro, comecei a ficar muito cansada a ter dor de cabeça, tudo me irritava, comecei a ter dores fortes na costa, estes sintomas são de estresse e se não forem cuidado a tempo vira depressão.

E foi o que aconteceu, quando vi já estava depressiva. Saber de fato o que originou a depressão eu não sei dizer. Mas, não conseguia dormir, não tinha vontade de sair de casa, não queria ver ninguém. Lembro que sentia muita a falta de uma amiga que morreu, pensava que somente ela teria as palavras certas para me dizer nessa hora, e pensava talvez se morresse eu encontraria ela. Em momento algum passava pela minha cabeça o que meu marido e meus filhos estavam passando, se eles precisavam de mim.

Lembro que não gostava quando amigos apareciam em casa. Sempre carregado com conselhos tipo: 'você tem que sair mais!', 'tente pensar positivo!', 'é só uma fase!', 'você não está se ajudando!', 'você precisa encontrar Jesus!'. Mas na verdade, é difícil vencer uma doença que rouba sua vontade de viver, transforma o que antes dava prazer em uma coisa insignificante (um exemplo é esse blog, abandonei ), te deixa indiferente, acaba com sua autoestima.

Foi difícil admitir que eu estava com essa doença. Lembro do meu marido insistindo pra eu ir na psiquiatra ou na psicóloga dizer: “Liene não é normal uma pessoa nunca querer sair de casa, não querer sair da cama, não querer se relacionar com outras pessoas, não se importar com compromissos e responsabilidades. Não é normal uma pessoa chorar mais do que sorrir.” Conselhos não ajudam quem sofre com a doença, mas ficou gravado essas palavras. Afinal era ele que com toda paciência do mundo me levava na psiquiatra e também para as terapias. Ele também controla os horários dos meus medicamentos.

Hoje, graças ao tratamento médico estou melhor. Segundo minha terapeuta a melhora começou quando eu aceitei que estava com essa doença. Depressão é uma patologia mesmo, ela causa alterações químicas no cérebro. Sei que o tratamento é longo, que alguns sintomas da doença volta e meia se manifestem. Afinal nada funciona como um passe de mágica.

Se você, que está lendo esse blog, conhece alguém que está com depressão não acreditem que um livro de autoajuda ou um conselho vão curar uma doença, dessa forma você só acentuará os sintomas que já nos assombram. Seja empático, empatia é o que mais precisamos.










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