Bullying é inadimissível

by - dezembro 07, 2013


É comum se ouvir coisa do tipo: “quando éramos criança a gente botava apelidos uns nos outros e ficava por isso mesmo”. Engana-se quem acha ou achava que a maioria das crianças que eram ridicularizadas (sim esse é o verdadeiro termo a ser utilizado) porque eram: "o gordinho", a "perna fina", o "cabeção"...enfim, levavam esses apelidos, as piadinhas, os deboches de todas as formas na brincadeira .

Se repararmos direito ao redor, iremos perceber que conhecem alguém que faz terapia ou tem alguns problemas por sequelas de bullying. A diferença é que antigamente não se divulgavam. Se uma criança começasse a apresentar problemas pela forma como era tratada pelos colegas, provavelmente as pessoas diriam que é frescura. Assim como há vinte anos a depressão era frescura também. Hoje em dia, qualquer denúncia de bullying vai parar na mídia e nós ficamos sabendo de vários casos numa velocidade impressionante.

Crimes como abuso sexual, violência doméstica, assassinato sempre existiram, mas antigamente para saber de um caso, tínhamos que esperar a noticia ser divulgada nos jornais no dia seguinte. Hoje, na era digital, ficamos sabendo de vários crimes que aconteceram agora há pouco, pela internet ou pela tv.

Quem levou apenas apelidos inocentes não sabe o que é sofrer bullying.

Bullying é quando alguém machuca ou humilha constantemente outra pessoa. Isso pode acontecer pessoalmente, por escrito, pelo telefone, pela internet, redes sociais (bullying virtual), na escola, no ônibus, em casa, em qualquer lugar. Seja lá onde for, o bullying é inadmissível.

Acho louvável a iniciativa dos governantes em lançar um olhar sobre a questão, que aflige uma pequena, porém, sofrida parte de nossas crianças. E chamar à responsabilidade os pais e educadores. Afinal, se eu vejo meu filho chamando o outro de orelhudo e não faço nada, quando ele queimar o mendigo ou matar o homossexual não poderei reclamar, afinal, eu ensinei a ele que ser diferente é ser inferior.

E precisamos aprender a lidar com uma nova modalidade de bullying tb, que é o virtual. No mês passado, uma garota canadense de 15 anos se suicidou por isso, e gravou um vídeo antes de morrer:


Essa prática precisa e deve sofrer o primeiro impacto para sua erradicação, dentro de casa. Pais e educadores são peças fundamentais nesse processo. Quando a educação na intimidade doméstica periclita, toda a sociedade como um todo, sofre-lhe as inevitáveis consequências. E o bullying é uma delas.



Imagens: Cartoon Network

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